terça-feira, 28 de abril de 2009

"Ética ou Ambição?"

A ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como, por exemplo, viajar pelo mundo.
Já a ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, não mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição, ou seja, é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa , desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.
Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. E por quê? Por que dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. Não há nada de errado em ser ambicioso, desde que se defina cedo o comportamento ético. Quando a ambição passa por cima da ética como um rolo compressor, o resultado é o que podemos acompanhar nos noticiários que ocupam as manchetes em nosso país. Assim, para mudar definitivamente essa situação, é preciso estabelecer um limite para nossa ambição não nos permitindo, em hipótese alguma, violar a ética para satisfação pessoal, em detrimento do coletivo. Conforme ensinou Jesus, "seja o seu falar: sim, sim, não, não". Seja em que situação for. E se estiver difícil definir se estamos agindo com ética ou não, basta imaginar como julgaríamos esse ato, se praticado por outra pessoa. Se o condenamos é porque não é ético. Se o aprovamos e julgamos justo, então podemos seguir em frente.
Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição. Essa estratégia faria frente a todos os prejuízos morais que a "Sociedade moderna" tem trazido aos nossos tempos. Para reflexão: Qual a prioridade primacial que os nossos jovens oficiais tem dado às suas vidas profissional e social? Ambição ou Ética?

STEPHEN KANITZ - Editado

terça-feira, 21 de abril de 2009

Hipócritas

Já faz um tempo que é “in” dizer que gosta dos pobres e excluídos. Doam um quilo de alimento e fazem rugas de pena.

Muitos nutrem seus próprios egos: cospem na cara; cospem no chão.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Amandinha

Ela passeava na rua envolta de intenso e marcante cheiro que nunca em existência alguma outra pessoa poderia definir. Acenavam para a Amandinha, abanavam a Amandinha. Tão amada, tão doce – diziam os admiradores da Amandinha.
Os pássaros realçavam seus traços Faber-Castell e as árvores se inclinavam. Uma chuva de pétalas realçava as cores do lindo mundo em que Amandinha vivia. Os sorrisos ficavam mais brancos, e o céu mais azul; as pessoas se enchiam de vida.
Amandinha era linda. Suas saias vermelhas contrastavam com a pele branca. Linda, linda. Amandinha, Amandinha!
Um dia, Amandinha assobiava quando um homem tocou em seu ombro. Foi estuprada no beco. Ali perto de casa.
Tadinha da Amandinha.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Drive-thru

Já que a cidade em que vivo (Brasília) e a muitas outras no mundo pertencem aos carros, por que não fazer Drive-thru de tudo?
Os carros dominam a vida fora de casa, mandam e desmandam na política das ruas. Só na Justiça (que é lenta, complicada e que ninguém entende) é onde os pedestres tem vez.
A situação se tornou tão caótica que os comércios locais agora são dominados por carros. O espaço destinado às ruas para automóveis é (muito) maior que a destinada aos pedestres. Comércio local - o nome já diz! É comércio, é para pessoas comprarem, caminharem, escolherem e pagarem!
O campus universitário não escapa. Também é impressionante o grande domínio e autoridade aos quais são expostos os estudantes ao tentar atravessar ruas e "estradas" para comparecer às classes.
Por que não criar Drive-thru para tudo? A vida seria muito mais fácil!
Supermercados com drive-thru, as pessoas entram com carro por entre as estantes, escolhem o que querem... Drive-thru nas locadoras de vídeo. Drive-thru na universidade, todos assistindo às aulas de dentro do seu confortável veículo... Drive-thru no cinema!
Drive-thru na academia (nós nos exercitamos sentados mesmo...), drive-thru na discoteca!

Os pedestres seriam eliminados de vez, e todos ficariam proibidos de caminhar nas ruas.
Não seria muito mais fácil?