quarta-feira, 30 de julho de 2008

Até o Diabo é bom!


Durante um passeio noturno pelas ruas de São Paulo, o Diabo nota muitos mendigos jazendo nas ruas. Andando mais um pouco, deslumbra-se com a quantidade de lixo espalhado fora das lixeiras.
“Impressionante” - ele pensou – “O homem nutre a ignorância”.
Após dobrar algumas poucas esquinas, depara-se com mulheres em trajes graciosos. Elas rodavam suas bolsas enquanto esperavam um carro parar. O Diabo notou que o homem pagava pelo corpo das fêmeas.
“Magnífico” – ele pensou – “A carne humana é fraca”.
Passando por um beco, ele notou que um grupo de jovens abusava de uma pobre mulher. Ela, prensada contra a parede, berrava pedindo ajuda enquanto ou homens abaixavam-lhe as calças.
“Enigmático” – ele pensou – “A carne humana é realmente fraca!”
Continuando sua caminhada, o Diabo vislumbrou um casal sentado num banco. Cheiravam um pó branco, sem parar. Ambos pareciam fora de si.
“Gracioso” – ele pensou – “O ser humano proclama a gula.”
Cantarolando por uma ruela, o Diabo é surpreendido por um ser encapuzado. A criatura leva seus trocados e lhe dá um chute.
“Aterrorizante!” – ele pensou – “O homem exala ganância!”
Andando mais um pouco, o Diabo notou um grupo de jovens cercando um ônibus. Parou para vislumbrar o espetáculo. A gangue tacava fogo na condução enquanto os passageiros gritavam exasperados. Havia crianças e mães, grávidas e pais de família, idosos e pessoas de bem.
“Chega!” – ele pensou – “Isso aqui é um Inferno!”

Desistiu do passeio e voltou para seus aposentos. O Diabo estava com medo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Felicidade, passei no vestibular!

Sei que minha vida pessoal não deve interessar a você, caro leitor. Peço perdão por colocá-lo a par de assuntos que não veio procurar.
Mas hoje, e apenas hoje, eu digo: pouco me importa!

Sim! Saiu o resultado do tão esperado vestibular: aprovado na Universidade de Brasília.
Não espere que eu fale mal de alguém ou alguma coisa, pois não o farei!
Minha felicidade é tanta que posso dizer que o mundo é belo, o ser humano é maravilhoso e o destino é espetacular. Pode rir, pois agora sim, minha vida começa!

Abraços a todos que acreditaram em mim.
Beijos para os que não acreditaram.

Eu jogo a minha cartola pro alto, e dou graças a Deus!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Criatividade de Vó



Assim como crianças, as vovós e vovôs são dotados de uma criatividade peculiar. Eu assumo que não suporto crianças chatas(hiperativas), assim como não suporto idosos chatos(hipoativos).
As crianças e os idosos são os dois opostos da reta da vida. Filosófico? Sei que não, desculpe. A questão é que esses dois estágios da vida são mais semelhantes do que aparentam. Ambos abusam intensamente do seu jeito de ser. Você já viu uma criança equilibrada? Ou elas são muito atiradas, ou muito tímidas. Ou quebram tudo que vêem, ou não tocam em nada. Idosos? Ou são depressivos, reclamando da vida e de doenças enquanto vêem o "Vale a pena ver de novo", ou são viajantes da vida, rindo, aproveitando e intensificando aquela grande ruga em sua testa.
Claro que existem os meio-termos, mas creio que sejam raros.
Minha tese de doutorado é: Quanto mais intesa é uma pessoa, maior é sua criatividade.

- Onde ele foi, meu neto?
- Foi jogar Free Cell, Vó.
- Jogar pincel?
- Não Vó, Free Cell!
- O que é isso?
- Um jogo de cartas, vovó.
- Meu filho, sua vó é campeã de cartas, conheço muitos jogos. Mas esse "Pincel sei lá o quê" sua avó nunca ouviu falar!
- Dai-me paciência.
- Paciência eu conheço!

Ah, parece até culpa da idade e de gerações passadas. Mas covenhamos, não deixa de ser CRIATIVIDADE!

Gostaria de mandar um beijo pra minha avó campeã de cartas, para o filósofo Hammid Hammud, que usa o Free Cell para dar lições de vida, e para um certo pãozinho que me espera no Recreio.
Não Xuxa, hoje não tem beijo pra você.